Empatia é bem diferente de
simpatia, assim como intolerância é bem diferente de impaciência.
Parece importante esclarecer
essas diferenças para pensar nas possibilidades de agir e sentir diante das
adversidades da vida.
Simpatia diz de afinidade.
Empatia diz de compreensão e aceitação,
apesar de não ter afinidade, pelo menos à princípio.
Impaciência diz de se incomodar
com algo.
Intolerância diz de agir com
desrespeito ao que te incomoda.
Diante de pessoas e situações,
simpatizamos quando temos afinidades comuns. Fácil e natural.
Diante de pessoas e situações,
empatizamos quando à princípio não temos afinidade nenhuma com aquilo, mas procuramos
sinceramente compreender o ponto de vista do outro e aceitamos a pessoa ou
situação como ela se apresenta. Damos espaço.
Impaciência já diz de quando não
compreendemos e nem aceitamos o outro ou a situação e assim, nos incomodamos.
Geralmente nos sentimos irritados, frustrados, desanimados ou qualquer outro
sentimento de incômodo. E já digo logo por aqui: Os incomodados que se mudem!
Já dizia a sabedoria popular.
Porque o próximo grau é a
intolerância.
Intolerância é quando agimos de
acordo à nossa falta de aceitação e compreensão com o que nos incomoda. E agir envolve também o falar. Palavras e atitudes de deboche, crítica, julgamento
negativo, grito, reclamação ou que demonstrem indignação, repulsa, raiva,
frustração, decepção, mágoa, etc.... tudo isso se engloba no conceito de
intolerância.
E isso não necessariamente é
ruím. Depende.
Não estou dizendo que ser
intolerante é bom, mas demonstrar que não gostamos de algo pode ser o ponto de
partida para inspirar a mudança e melhora em nós, nos outros ou em situações.
No entanto, a idéia aqui é trazer
à consciência que todos nós somos bem mais intolerantes do que por vezes
gostaríamos de admitir.
Sendo adepta ao exercício: “o que
não gosto em ti, corrijo em mim”; vejo o quanto sou ainda muito intolerante.
Somos tolerantes quando nos
incomodamos e resolvemos mudar a nós mesmos, sem querer mudar o outro.
Somos tolerantes quando nos
incomodamos com uma situação e decidimos mudar a interpretação que fazemos da
situação, sem querer mudar a situação.
Quando não nos incomoda, não se trata de tolerância.
Somos tolerantes apenas quando somos
capazes de empatizar e ter paciência com pessoas e situações que nos incomodam,
frustram, decepcionam, magoam, fazem raiva, irritam, constrangem, etc...
É dar a outra face.