terça-feira, 11 de abril de 2017

Quando somos tolerantes?



Empatia é bem diferente de simpatia, assim como intolerância é bem diferente de impaciência.
Parece importante esclarecer essas diferenças para pensar nas possibilidades de agir e sentir diante das adversidades da vida.
Simpatia diz de afinidade.
Empatia diz de compreensão e aceitação, apesar de não ter afinidade, pelo menos à princípio.
Impaciência diz de se incomodar com algo.
Intolerância diz de agir com desrespeito ao que te incomoda.
Diante de pessoas e situações, simpatizamos quando temos afinidades comuns. Fácil e natural.
Diante de pessoas e situações, empatizamos quando à princípio não temos afinidade nenhuma com aquilo, mas procuramos sinceramente compreender o ponto de vista do outro e aceitamos a pessoa ou situação como ela se apresenta. Damos espaço.
Impaciência já diz de quando não compreendemos e nem aceitamos o outro ou a situação e assim, nos incomodamos. Geralmente nos sentimos irritados, frustrados, desanimados ou qualquer outro sentimento de incômodo. E já digo logo por aqui: Os incomodados que se mudem! Já dizia a sabedoria popular.
Porque o próximo grau é a intolerância.
Intolerância é quando agimos de acordo à nossa falta de aceitação e compreensão com o que nos incomoda. E agir envolve também o falar.  Palavras e atitudes de deboche, crítica, julgamento negativo, grito, reclamação ou que demonstrem indignação, repulsa, raiva, frustração, decepção, mágoa, etc.... tudo isso se engloba no conceito de intolerância.
E isso não necessariamente é ruím. Depende.
Não estou dizendo que ser intolerante é bom, mas demonstrar que não gostamos de algo pode ser o ponto de partida para inspirar a mudança e melhora em nós, nos outros ou em situações.
No entanto, a idéia aqui é trazer à consciência que todos nós somos bem mais intolerantes do que por vezes gostaríamos de admitir.
Sendo adepta ao exercício: “o que não gosto em ti, corrijo em mim”; vejo o quanto sou ainda muito intolerante.
Somos tolerantes quando nos incomodamos e resolvemos mudar a nós mesmos, sem querer mudar o outro.
Somos tolerantes quando nos incomodamos com uma situação e decidimos mudar a interpretação que fazemos da situação, sem querer mudar a situação.
Quando não nos incomoda, não se trata de tolerância.
Somos tolerantes apenas quando somos capazes de empatizar e ter paciência com pessoas e situações que nos incomodam, frustram, decepcionam, magoam, fazem raiva, irritam, constrangem, etc...
É dar a outra face.

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Saravá!

Segundo o Google, intolerância é uma atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar diferenças em crenças e opiniões. Segundo eu mesma, ela nada mais é que uma extensão do pré-conceito. Sim, essa mania que temos de julgar antes de conhecer e que faz com que a gente não enxergue além dos rótulos.

Percebem o quão triste isso é? Resumir uma pessoa a um rótulo, uma palavra, sem saber nada de sua vida, suas motivações e individualidades. E, levado às ultimas conseqüências, o preconceito pode ser muito perigoso também. Não é à toa que vemos crescer assustadoramente no Brasil e no mundo a intolerância de várias espécies: raça, religião, opção sexual, política.

Qual é o problema em aceitar pontos de vista, escolhas, estilos de vida diferentes do seu? Por que tanta dificuldade em respeitar a opinião do amiguinho? Nós já ouvimos isso tantas vezes e repito: imaginem se fôssemos todos iguais, que chato seria?! E, sinceramente, que diferença faz pra você se João ama José? Se o fulano é macumbeiro? Se o sicrano é crente? Cada um com suas crenças, orientações, preferências, escolhas.

Não vou dizer que sou uma pessoa totalmente livre de preconceitos porque, infelizmente, ainda não sou. Mas eu tenho como exercício diário o objetivo de não julgar. Não sem antes conhecer, entender. Também não vou dizer que é fácil! Quase morro enfartada quando vejo alguém defendendo o Bolsonaro, por exemplo. Tenho vontade de dar logo três tapas na cara! Mas aí converso, exponho minhas opiniões, escuto, às vezes me irrito. E se no final nada der certo, deixo pra lá, por dois motivos: primeiro porque temos que aprender a respeitar a opinião do outro, e segundo por preguiça mesmo.

E hoje o negócio está muito pior porque, não basta todo mundo ter opinião formada sobre absolutamente tudo, ainda fazem questão de declarar aos quatro ventos. O facebook, assim como os grupos no whatsapp, viraram um ringue de luta entre direita e esquerda, machistas e feministas, heteros e homos. Às vezes até vejo algumas discussões saudáveis, mas, no geral, são só pessoas querendo despejar suas certezas sem o menor interesse de ouvir e/ou entender o lado do outro. Que saco!

Eu sou de uma religião que é alvo de muito preconceito e, mesmo assim, só vejo o bem acontecer na umbanda! O que não me faz pensar que as outras religiões estão erradas. Pelo contrário! Acho que cada um deve seguir o caminho em que acredita e que te faz sentir melhor. Só não consigo mesmo aceitar o ateísmo. Como pode alguém não acreditar que Deus existe? Não entra na minha cabeça!

Minha vontade é de levar todo mundo pro terreiro, pois gostaria que todos sentissem o mesmo bem que sinto! Mas respeito as vontades e até os medos de cada um, assim como gosto que respeitem a minha religião. Então não venha me dizer que ela é coisa do demo! E tenho a impressão de que tudo que tenho aprendido lá, é o caminho para diminuir o preconceito e a intolerância no mundo: verdade, respeito, gratidão, bondade, humildade, fé e, acima de tudo, muito AMOR!