quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Por amores mais sinceros

Esses dias minha avó começou uma arrumação em um armário e achou um monte de coisas antigas minhas. Entre diários, cartas e fotografias, encontrei alguns textos escritos por mim há 16 anos. Que nostalgia! Tinha muita coisa ruim, é verdade, mas também achei alguns tão bonitinhos! Como esse que vou postar aqui agora: bobinho, inocente, até infantil, mas cheio de uma verdade e crueza que eu acho que só é possível aos 16 mesmo! Uma coisa é certa: intensa eu sempre fui. Marina, exagerada verdadeira! ;)

"Eu sou a favor das declarações de amor!

Gente, tem coisa mais besta do que amar e não demonstrar? A gente nunca sabe o dia de amanhã! Vai que o seu amor está andando na rua, é atropelado ou leva um raio na cabeça? Ele vai morrer sem saber o quanto é amado por alguém. E esse alguém (no caso você) vai ficar aqui se lamentando por não ter dito nada antes.

Acho lindo serenata, cartões de amor, beijo na chuva, desenhar coração na areia da praia, no tronco da árvore ou até mesmo na carteira da escola. Flores, bombons, poesia, telefonemas que duram horas e terminam sempre em “não, desliga você”!

Tem coisa melhor que amar? Não, não tem.

Portanto, se você está apaixonada, não tenha vergonha! Corra, grite, vá atrás, telefone, agarre, roube um beijo. Vale até fazer um escândalo! Mas encontre uma forma de se declarar, libertar esse furacão que está dentro de você e faz seu coração pular, o rosto corar e o corpo tremer só de vê-lo passar.

Chegue à janela e grite: NINGUÉM AMA MAIS DO QUE EU!

Pule, cante, brinque, dance, dê piruetas. Enlouqueça! Mas de amor."

terça-feira, 11 de abril de 2017

Quando somos tolerantes?



Empatia é bem diferente de simpatia, assim como intolerância é bem diferente de impaciência.
Parece importante esclarecer essas diferenças para pensar nas possibilidades de agir e sentir diante das adversidades da vida.
Simpatia diz de afinidade.
Empatia diz de compreensão e aceitação, apesar de não ter afinidade, pelo menos à princípio.
Impaciência diz de se incomodar com algo.
Intolerância diz de agir com desrespeito ao que te incomoda.
Diante de pessoas e situações, simpatizamos quando temos afinidades comuns. Fácil e natural.
Diante de pessoas e situações, empatizamos quando à princípio não temos afinidade nenhuma com aquilo, mas procuramos sinceramente compreender o ponto de vista do outro e aceitamos a pessoa ou situação como ela se apresenta. Damos espaço.
Impaciência já diz de quando não compreendemos e nem aceitamos o outro ou a situação e assim, nos incomodamos. Geralmente nos sentimos irritados, frustrados, desanimados ou qualquer outro sentimento de incômodo. E já digo logo por aqui: Os incomodados que se mudem! Já dizia a sabedoria popular.
Porque o próximo grau é a intolerância.
Intolerância é quando agimos de acordo à nossa falta de aceitação e compreensão com o que nos incomoda. E agir envolve também o falar.  Palavras e atitudes de deboche, crítica, julgamento negativo, grito, reclamação ou que demonstrem indignação, repulsa, raiva, frustração, decepção, mágoa, etc.... tudo isso se engloba no conceito de intolerância.
E isso não necessariamente é ruím. Depende.
Não estou dizendo que ser intolerante é bom, mas demonstrar que não gostamos de algo pode ser o ponto de partida para inspirar a mudança e melhora em nós, nos outros ou em situações.
No entanto, a idéia aqui é trazer à consciência que todos nós somos bem mais intolerantes do que por vezes gostaríamos de admitir.
Sendo adepta ao exercício: “o que não gosto em ti, corrijo em mim”; vejo o quanto sou ainda muito intolerante.
Somos tolerantes quando nos incomodamos e resolvemos mudar a nós mesmos, sem querer mudar o outro.
Somos tolerantes quando nos incomodamos com uma situação e decidimos mudar a interpretação que fazemos da situação, sem querer mudar a situação.
Quando não nos incomoda, não se trata de tolerância.
Somos tolerantes apenas quando somos capazes de empatizar e ter paciência com pessoas e situações que nos incomodam, frustram, decepcionam, magoam, fazem raiva, irritam, constrangem, etc...
É dar a outra face.

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Saravá!

Segundo o Google, intolerância é uma atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar diferenças em crenças e opiniões. Segundo eu mesma, ela nada mais é que uma extensão do pré-conceito. Sim, essa mania que temos de julgar antes de conhecer e que faz com que a gente não enxergue além dos rótulos.

Percebem o quão triste isso é? Resumir uma pessoa a um rótulo, uma palavra, sem saber nada de sua vida, suas motivações e individualidades. E, levado às ultimas conseqüências, o preconceito pode ser muito perigoso também. Não é à toa que vemos crescer assustadoramente no Brasil e no mundo a intolerância de várias espécies: raça, religião, opção sexual, política.

Qual é o problema em aceitar pontos de vista, escolhas, estilos de vida diferentes do seu? Por que tanta dificuldade em respeitar a opinião do amiguinho? Nós já ouvimos isso tantas vezes e repito: imaginem se fôssemos todos iguais, que chato seria?! E, sinceramente, que diferença faz pra você se João ama José? Se o fulano é macumbeiro? Se o sicrano é crente? Cada um com suas crenças, orientações, preferências, escolhas.

Não vou dizer que sou uma pessoa totalmente livre de preconceitos porque, infelizmente, ainda não sou. Mas eu tenho como exercício diário o objetivo de não julgar. Não sem antes conhecer, entender. Também não vou dizer que é fácil! Quase morro enfartada quando vejo alguém defendendo o Bolsonaro, por exemplo. Tenho vontade de dar logo três tapas na cara! Mas aí converso, exponho minhas opiniões, escuto, às vezes me irrito. E se no final nada der certo, deixo pra lá, por dois motivos: primeiro porque temos que aprender a respeitar a opinião do outro, e segundo por preguiça mesmo.

E hoje o negócio está muito pior porque, não basta todo mundo ter opinião formada sobre absolutamente tudo, ainda fazem questão de declarar aos quatro ventos. O facebook, assim como os grupos no whatsapp, viraram um ringue de luta entre direita e esquerda, machistas e feministas, heteros e homos. Às vezes até vejo algumas discussões saudáveis, mas, no geral, são só pessoas querendo despejar suas certezas sem o menor interesse de ouvir e/ou entender o lado do outro. Que saco!

Eu sou de uma religião que é alvo de muito preconceito e, mesmo assim, só vejo o bem acontecer na umbanda! O que não me faz pensar que as outras religiões estão erradas. Pelo contrário! Acho que cada um deve seguir o caminho em que acredita e que te faz sentir melhor. Só não consigo mesmo aceitar o ateísmo. Como pode alguém não acreditar que Deus existe? Não entra na minha cabeça!

Minha vontade é de levar todo mundo pro terreiro, pois gostaria que todos sentissem o mesmo bem que sinto! Mas respeito as vontades e até os medos de cada um, assim como gosto que respeitem a minha religião. Então não venha me dizer que ela é coisa do demo! E tenho a impressão de que tudo que tenho aprendido lá, é o caminho para diminuir o preconceito e a intolerância no mundo: verdade, respeito, gratidão, bondade, humildade, fé e, acima de tudo, muito AMOR!

terça-feira, 21 de março de 2017

Desapego, não desamor

Eu nasci apegada! A coisas, lugares, pessoas. E demorei quase 30 anos para mudar! Antes tarde do que nunca, né? E o que me deu o “start” nesse processo foi o Querido Closet, o brechó queridinho que eu e uma prima criamos em sociedade há três anos. Vendo a oportunidade de ganhar dinheiro com as roupas que eu amava, mas não usava mais, ou porque não serviam, ou porque não combinavam mais comigo, ficou mais fácil desapegar. Então comecei a tirar do armário tudo aquilo que não me atendia mais e – o melhor – sem dor no coração. Com isso, eu abri espaço para peças novas, que combinam muito mais comigo e compõem o meu estilo atual.

No ano passado, me mudei para um apartamento onde o meu quarto é metade do tamanho do anterior e, conseqüentemente, o espaço para guardar minhas coisas também. Passei de um armário de quatro portas para um de duas e tive que eliminar 50% das minhas roupas, sapatos, acessórios e tralhas. Sim, como juntamos tralha! E, um ano após essa mudança, eu digo sem a menor dúvida: não preciso de nada além do que já tenho! Claro que sempre compro coisas novas, mas quando vejo que o armário está ficando lotado, tiro algumas coisas que já não uso tanto.

E o desapego acabou se estendendo para muito além do guarda-roupa. Tenho tentado diminuir o número de objetos em casa. Adoro artigos de decoração, mas não dá pra guardar um bibelô de cada lugar que eu visitar! Não preciso de uma miniatura da torre de pisa para me lembrar da Itália, por exemplo, pois tenho minhas memórias, minhas lembranças, que me acompanham aonde eu for. Claro que tenho alguns objetos específicos e preferidos, mas não vejo mais necessidade de manter todos. Livros, só os favoritos, o resto vai para o sebo.

Diminuí os saltos, a maquiagem. Parei até de usar o secador de cabelo! E olha que foram mais de 15 anos de vício. Vício mesmo, gente, do nível de levar secador pro acampamento! Hahaha! E não tem nada a ver com falta de vaidade, mas sim com simplicidade. Ando bastante interessada no minimalismo, por influência de uma amiga, mas ainda não tive tempo de me aprofundar no assunto.

Mas o desapego mais surpreendente para mim foi, sem dúvidas, o emocional. Como mudei nesse aspecto! Consegui cortar o cordão umbilical e, embora não seja fácil, é libertador! Troquei o papel de amiga ciumenta pelo de amiga que agrega os amigos dos amigos, ganhando, assim, mais amigos! E em relação aos paqueras, também mudei consideravelmente. Eu era daquelas pessoas que nem tinha ficado com o cara e já estava apaixonada! Hoje sou mais pé no chão, o que tem poupado bastante meu coração cansado.

Claro que nem tudo deve ser descartado. Como tudo na vida, é preciso haver um equilíbrio! Mas tenho acreditado muito na ideia de que é preciso viver com menos. Porque tudo que é demais sufoca – até mesmo o amor, acredite. E nada me encanta mais do que a liberdade!

“Desapego
Não desamor
Tem tanto jeito de cuidar de alguém
Se você sabe o que é amar
Nunca irá aprisionar ninguém
Melhor livre
E ser como for
Quem ama o outro não fará refém
Deixa partir quem já não quer ficar
Deixa chegar quem vai te fazer bem”
(Silva)

quinta-feira, 2 de março de 2017

DEIXA FLUIR


Deixa fluir...
Afinal o bem e o mal são lados da mesma moeda.
Yin e yang, deixa fluir...
Seja forte e fraco ou apenas seja.
Desapega do ser ou não ser.
E deixa fluir...
Só é eterno enquanto dura.
Ou acaba ou eterniza.
Um ponto de vista ou a vista de um ponto?
Deixa ir e vir, deixa em paz, deixa fluir...
A liberdade do desapego é um exercício.
Exercício de gratidão, aceitação e prosperidade.
É não precisar de nada ou ter que ter nada.
É ser o que se é, é ser simples mente.
Simples assim, deixa fluir!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Carta aberta a uma velha amiga

1.       Estivemos juntas não tem muito tempo e até que conversamos um tanto, mas, em geral, assuntos superficiais, nada muito profundo.
É certo que com a pouca proximidade física, alguns assuntos esfriam mesmo, mas porque a gente se permitiu isso?
Há algum tempo tenho dado mais atenção a isso pra tentar mudar. Quero me conectar (sem a conotação “internética” da coisa) de verdade com quem me faz bem, com quem eu amo já que hoje em dia -reza a lenda que isso é coisa dos tempos atuais- as relações andam tão superficiais e muitas vezes só através do mundo virtual (essa parte certamente é atual).

Quero mesmo dizer é que te quero bem, quero ter o cuidado contigo que acho que merecemos.
Temos nossos atritos, divergências de opinião, de postura diante da vida: ok, eu respeito isso, mesmo que ás vezes com certo esforço, confesso. Contudo, eu celebro nossas diferenças! Imagina se fôssemos todos iguais... que tédio.
Você é poderosa!
Olha pra sua vida agora, nesse exato momento: É tudo o que você escolheu.
E se as coisas não estão bem do jeito que você imaginava, lembre-se que tudo é opção.

É incrível quando a gente substitui o “tenho que” por “eu escolho”. Faz esse exercício por um momento, com algo qualquer que você hoje se sinta na obrigação. “-Ah! Eu tenho que trabalhar porque tenho que pagar minhas contas.” --> “Eu escolho trabalhar porque escolho pagar minhas contas, assim evito ficar com o nome sujo, tenho crédito,  continuo consumindo as coisas que tenho  vontade, que me dão prazer, que me sustentam (comida), minha casa, etc.”
São nossas escolhas! E de ninguém mais.
  
Muitas vezes é mais fácil se vitimizar, é natural do ser humano, e colocar a culpa no outro (na chuva, no companheiro, nos pais...) no entanto,  não há culpa. Somos todos co responsáveis pelo nosso status atual.
Há intervenções externas, obviamente, um monte de coisas que não estão sob nosso controle (ainda bem), mas a outra parte é com a gente.
  
Nossas relações são o que dedicamos a ela. E se não estão o que desejamos, não é culpa do outro. Olhe para suas atitudes e faça como você quer. E é isso que estou fazendo aqui, agora.
Você é um ser de luz e espero, de todo coração, que se olhe com carinho, se reconheça, saiba suas sombras – que só você pode conhecer – e as transforme para se sentir plena, feliz e equilibrada. A consciência e a fé fazem milagres.


Eu sinto muito. Me perdoe. Eu te amo. Eu sou muito grata! 
Beijos 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Carta aberta aos meus filhos

Filhos,

Esse ano temos duas grandes conquistas à realizar:
Cauã aprenderá a ler e Enzo aprenderá a andar.
A dor e a delícia do aprendizado irá nos desafiar!
E eu me vejo na missão de ajudar e ensinar.

Logo eu... que ainda aprendo a ler o mundo e que tropeço tanto em meu caminhar.

Desejo lhes ensinar que ler é bem mais que juntar as letrinhas do "beabá".
E que andar é só o início para quem escolheu se superar!
E aproveito essa carta para dizer obrigada; por me ensinarem a amar!
Aprendizado esse que parece nunca terminar.

Logo eu... que fui tão amada por meus pais que cheguei um dia a acreditar:
Que amor era lição já aprendida e que não teria como aumentar!

sábado, 14 de janeiro de 2017

Carta aberta para mim mesma 15 anos atrás

Marina,

Você anda meio perdida, né? Sair da escola que você estudou durante a vida toda, não conviver mais diariamente com os mesmos amigos, perder o contato com professores que você adora e admira, começar a faculdade, procurar um emprego. Tudo isso, com apenas 17 anos, é bastante assustador, eu sei. E sei muito bem! Afinal, eu sou você daqui a 15 anos. Mas está tudo bem! Tem um mundo novo se abrindo para você a partir de agora. Não estou dizendo que vai ser fácil, mas vai ser bem divertido!

Sabe essas suas amigas inseparáveis do colégio? Não se preocupe, elas vão permanecer. Mesmo que em algumas fases vocês fiquem mais afastadas e que no futuro não sejam mais tão parecidas, elas ainda estarão ao seu lado daqui a 15 anos e encontrá-las – mesmo com uma freqüência muito menor do que você gostaria – será sempre incrível! Do resto da galera, você terá contato com pouquíssimas pessoas. Mas saiba que a vida dá tantas voltas, que surgirão amizades de onde você menos espera. Aliás, bons e verdadeiros amigos não vão faltar no seu caminho!

Eu sei que você quer muito sair de Barra Mansa, mas sabemos que não se esforçou o bastante para passar numa faculdade pública, não é? Então, aproveite as oportunidades que você vai ter aqui. Por enquanto, é o que seus pais podem te oferecer e, acredite, eles sempre vão te oferecer o melhor que puderem dar! Aliás, essa história de que eles só querem o seu bem e são os seus melhores amigos, é verdade! Mas não se esqueça que você é uma pessoa independente e diferente deles, portanto, viva a sua vida, faça as suas escolhas, busque os seus sonhos. Eles sempre vão estar do seu lado, no final das contas.

Faça a faculdade que você tanto sonha! Você vai adorar o curso de jornalismo! E o meu conselho é: tente não desanimar. Tudo bem matar aula de vez em quando para tomar uma cerveja no Gole, mas leve o curso a sério. E se, mesmo assim, no meio do caminho alguma coisa te fizer mudar de ideia, não tem problema. A gente não precisa ter certeza de tudo sempre. Você vai fazer algumas escolhas bem diferentes do que você imagina hoje, mas tudo vai servir para te fazer crescer e amadurecer.

De qualquer forma, nunca deixe de escrever! Isso é o que você realmente gosta de fazer. Você provavelmente terá menos tempo livre, mas não deixe de lado. Esse vai ser sempre o melhor jeito de você expressar suas emoções e, no futuro, algumas pessoas vão gostar de ler as besteiras que você escreve, acredita? Eu sei, é empolgante! Portanto, pratique.

Não fique chateada por não ter certas coisas materiais. Continue pegando roupas emprestadas com suas primas e amigas. Daqui a algum tempo, você vai poder comprar quase tudo que tem vontade e, o que é melhor, com o seu próprio salário! Roupas, celular e até um computador – prepare seu pulso para preencher 12 cheques pré-datados! A dureza do seu pai também não vai durar para sempre e isso vai te render umas boas mordomias. Apenas lembre-se de não ser tão egoísta, é incrível poder ter suas próprias coisas, mas são apenas coisas. No futuro, você vai perceber o quão pouco isso importa.

Desencane dessa história de arrumar um namorado. Vou parecer uma tia velha falando isso mas, quando você menos esperar, vai acontecer. Também não precisa ter tanta pressa com essa coisa de virgindade, mesmo que quase todas as suas amigas já tenham transado. Na hora certa, vai rolar! Nem vai ser tão legal a princípio, mas não se preocupe, com o tempo você vai se conhecer e descobrir as verdadeiras delícias do sexo!

Independente disso, continue rezando para Santo Antônio, ele não serve só para arrumar casamento! É ele quem vai abrir seus caminhos e te levar a conhecer uma religião onde você vai se encontrar completamente! Mas, enquanto isso não acontece, não se afaste de Deus e jamais perca a sua fé. E lembre-se que a natureza é a melhor maneira de se conectar com Ele.

Sempre que puder, viaje. Pra longe, pra perto, pra fora do país, sozinha ou acompanhada. Viajar vai ser uma das coisas que você mais vai amar fazer na vida e cada experiência será absurdamente enriquecedora. Se você descobrir um jeito de ganhar dinheiro fazendo isso, eu vou te amar para sempre! Hahaha! Brincadeira, eu vou te amar de qualquer jeito. Sim, você vai se amar muito, sabia?

Não, você nunca será magra como suas amigas. O que não quer dizer que você é gorda! Acredite, no futuro você vai ver suas fotos antigas e perceber como era boba de se importar com isso. Você é linda! E será mais ainda quando descobrir que isso tem muito mais a ver com o que você é por dentro do que como você é por fora. Mesmo assim, cuide da sua saúde. Coma bem, faça exercícios (mesmo que seja um sacrifício para você). Se cuide!

E o conselho mais importante que quero te dar, e que ainda serve para mim hoje em dia, é: NÃO TENHA MEDO. Não tenha medo de amar, de falar, de se conhecer de verdade, de buscar seus sonhos, de mudar de idéia, de quebrar a cara, de realizar. Muitas vezes as pessoas vão achar que você está louca, que você não tem juízo, que você é egoísta, mas se faz sentido para você, apenas não tenha medo. Sabe esse papo de velho de que a vida é uma só e passa muito rápido? É a mais pura verdade!

Muito provavelmente, aos 32 sua vida estará completamente diferente do que você imaginou, mas, ainda assim, estará maravilhosa! Aproveite o caminho!

Beijos

Você daqui a 15 anos.

P.S.: Não quero fazer spoiler (você vai entender essa expressão no futuro), mas prepare-se para ter seu próprio carro e conhecer Paris! <3 Tudo no tempo certo, claro.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Ano Novo

Esse foi o primeiro, em muitos anos, que passei o réveillon na minha cidade – onde nada acontece. Desde os meus 20 e poucos anos que sempre viajo com amigos e comemoro a virada do ano com muita festa! Mas, por ter caído de sábado para domingo, ficou impossível viajar, já que trabalho no comércio. Então, decidi ficar em casa e passar com a família. Muitos amigos estavam pirando com essa possibilidade, mas eu, sinceramente, não me importei nem um pouco. Estava até gostando da ideia de um ano novo mais tranqüilo.

Para não ficar desanimado, eu e minha prima tentamos agitar uma bagunça! Combinamos com alguns tios e primos, meu pai e minha madrasta, que também ficaram na cidade, de irmos todos para a casa da minha avó. Definimos o jantar (nada de ave, que cisca pra trás), planejamos a decoração, com balões, flores e pisca-pisca, pensamos em brincadeiras e orações, providenciamos uma caixa de som e pensamos na playlist.

Passamos o dia na piscina e, no final da tarde, começamos a organizar tudo. Enchemos as bolas, bebida no gelo, flores na jarra e lombo no forno. Assim que terminamos de arrumar tudo no quintal - ano novo tem que ser ao ar livre, onde circulam as boas energias - começou a cair um toró. Calma, vai passar. Fui ver se o lombo estava bom e vi que o gás tinha acabado. SOCORRO, UMA BARATA! Por causa da chuva, o pisca-pisca parou de funcionar. A caixa de som não conectava no meu telefone e o do meu pai não tinha internet. Na confusão, esqueci de tomar meu banho de sal grosso, reservado especialmente para este dia.

Pessimistas diriam que deu tudo errado. Eu, que tenho tentado sempre ver o lado bom das coisas e exercitado cada dia mais meu pensamento positivo, digo que foi como tinha que ser. A vida é assim mesmo! Imprevisível, por mais que a gente tente planejar. E, no final das contas, foi ótimo! A chuva passou, a família estava reunida, comida farta na mesa, muita cerveja e a companhia da minha prima e melhor amiga, com quem sempre aprendo tanto.

E ontem, no primeiro dia do ano, enquanto eu esperava eles chegarem para o churrasco, dentro de uma piscina fresquinha, com um céu azul maravilhoso bem acima da minha cabeça, mentalizei algumas coisas que desejo para o novo ano: Paz. Amor. Simplicidade. Fé. Gratidão. Humildade. Generosidade. Tranqüilidade. Otimismo. Felicidade. Natureza. Amizade. Parceria. Aprendizado. Realização. Conhecimento. Autoconhecimento. Serenidade. Perdão. Caminhos. Flores. Calma. Discernimento. Surpresas. Encontros. Viver verdadeiramente! E sei que muito disso depende quase que exclusivamente de mim!

Quando abri os olhos, vi meu pai acendendo a churrasqueira e dançando ao som de novos baianos, e pensei: é simples ser feliz!

“Vou mostrando como sou
E vou sendo como posso
Jogando meu corpo no mundo
Andando por todos os cantos
E pela lei natural dos encontros
Eu deixo e recebo um tanto.”