sábado, 24 de janeiro de 2015

Sobre o mar e amar

"Meu bem, você pra mim é privilégio
Sorte grande de uma vez na vida
Minha chance de ter alegria”

Era exatamente assim que eu costumava me sentir em relação a você, mesmo antes de conhecer esta música. E ontem, assistindo ao show da Banda do Mar na TV, eu percebi que poderia te cantar quase todas aquelas canções.

“Olha só, moreno do cabelo enroladinho
Vê se olha com carinho pro nosso amor
Eu sei que é complicado amar tão devagarinho
E eu também tenho tanto medo”

Eu tinha mesmo muito medo de ir rápido demais, devido a tantos traumas anteriores. Mas você acabou por me convencer! Com seu jeito, suas palavras, sua dedicação, nossas afinidades. Eram tantas! E quando eu me entreguei verdadeiramente, me apaixonei como há muito não acontecia. E foi aí que veio o óbvio: você se afastou. 

“Não sou assim amor,
Foi só uma maré ruim,
Perdoa o drama 

e não desiste de mim”

Naquela noite, quando voltávamos de táxi para o seu apartamento, eu tive uma das poucas crises de ciúme do nosso “relacionamento”. Na verdade, acho que foram só duas (que eu me lembre). Logo eu, que sou tão ciumenta! Mas não tinha motivo para isso, eu tinha tanta certeza, no início, que você estava ali simplesmente porque queria estar, que eu me sentia totalmente segura. Achei que você não fosse sair do meu lado nunca mais – ledo engano! Naquele dia você aprontou e eu fui dormir chorando. Foi quando minha autoestima começou a desabar. 

“Acho que eu só quero ser amada.”

E ontem, quando Marcelo Camelo e Mallu Magalhães começaram a cantar Janta, eu entendi tudo: Por mais que eu quisesse (e eu quis muito), por mais esforço que eu tenha feito (e eu fiz muito), não era você. Não era pra ser. Não é. Às vezes a gente se engana mesmo – no meu caso, é quase sempre. Mas eu acredito que a vida tem um grande plano para todo mundo, e você definitivamente não faz parte do meu.  

“Eu quis te conhecer, mas tenho que aceitar
Caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
Pode ser cruel a eternidade
Eu ando em frente por sentir vontade

Eu quis te convencer, mas chega de insistir
Caberá ao nosso amor o que há de vir
Pode ser a eternidade má
Eu ando em frente por sentir saudade”

Eu poderia ter cantado essa música pra você, isso teria me poupado tantas palavras sofridas, machucadas, tristes! Sim, porque eu previ o nosso fim muito antes dele acontecer de fato. Acho que foi por isso que eu decidi cair fora. Pra que insistir em algo que já havia claramente terminado? Só não imaginei que você fosse fazer tão pouco caso dos meus sentimentos, deixando minha autoestima na pior situação da minha vida. E você sabia que aquilo me deixaria assim. 

Depois disso, minha Sky travou e eu não consegui terminar de ver o show. Ainda bem! Quem sabe as últimas músicas me fizessem lembrar dos bons momentos e ter uma recaída? Ainda mais depois de receber uma mensagem sua. Eu não queria mesmo que isso acontecesse.

Hoje eu já me refiz em grande parte: não choro mais todas as noites, não penso em você o tempo todo e nem sofro por achar que perdi o homem da minha vida – você não era esse cara. E só não digo que estou completamente curada porque, quando penso em tudo que você me fez sentir (sim, porque eu sou louca, mas não me apaixono por qualquer besta insensível; se eu me apaixonei dessa forma, foi porque você despertou isso em mim) e tudo que você me fez passar, ainda sinto raiva. Mas ainda vai chegar o dia em que eu não vou sentir nada. Trabalho todos os dias para que isso aconteça. 

“Pode falar que eu não ligo,
Agora, amigo, eu tô em outra,
Eu tô ficando velha, eu tô ficando louca

Pode falar que eu nem ligo,
Agora eu sigo o meu nariz,
Respiro fundo e canto
Mesmo que um tanto rouca.

Pode falar, não me importa
O que tenho de torta, eu tenho de feliz,
Eu vou cambaleando de perna bamba e solta.

Nem vem tirar
Meu riso frouxo com algum conselho
Que hoje eu passei batom vermelho,
Eu tenho tido a alegria como dom
Em cada canto eu vejo o lado bom.”

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