segunda-feira, 10 de março de 2014

Quando criança, queria ser adulta, afinal, pra ela vida de criança era muito difícil, cheia de incertezas, inseguranças e um grande vazio.
E ela cresceu.
Na adolescência, aquela gorducha, desengonçada e quatro olhos parecia a mais nova da turma. A maioria das meninas já era mocinha e ela brincava de boneca. Os meninos nem percebiam sua existência.
Mas o tempo passa e algumas coisas mudam.
E ela cresceu, emagreceu, deixou de ser menina e virou moça. Descobriu que podia ser popular, era divertida, engraçada, cheia de espontaneidade e alegria. Não lhe faltava festas, amigos,  histórias e gargalhadas.
E ela cresceu, como queria, mas o vazio ainda estava lá.                                    
E como todo mundo, ela sonhou. Sonhou com uma carreira, um príncipe, em se casar e ter filhos.
E ela cresceu, e a ansiedade era tanta que ela fez tudo fora da ordem. Teve filhos, não se casou, e nem sinal do príncipe. E muito menos da carreira.
Trocou os pés pelas mãos, se perdeu no caminho. Aquela garota, aquela, a gente boa da faculdade, com aqueles sonhos e muitos amigos, se perdeu em algum lugar, esqueceu quem era e o que queria e foi apenas tocando a vida como pôde.
Ela cresceu, e o vazio continua, talvez nunca seja preenchido, talvez ela nem descubra do que se trata.
Mas ela vai tentar. 
Ela não é de se conformar.
E ela cresceu, e continua a ser apenas aquela criança, cheia de incertezas, inseguranças e um grande vazio.

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