quarta-feira, 17 de abril de 2013

Confissão

Inevitavelmente, eu ainda me lembro todos os dias. Mas também, e principalmente, todas as noites. Quando leio meus romances... E quando escuto Titãs! :) As quintas-feiras não têm mais a mesma graça, o gosto de batom passado às pressas, de olhar toda hora no relógio, da expectativa de receber um convite.

Eu ainda me lembro daquela risada, tão sonora e gostosa, achando graça das minhas histórias malucas. Me lembro daquele sorriso, às vezes contido, mas sempre lindo; e daquela voz, que me fazia congelar. Do telefone e das mensagens, embora eu tenha apagado, eu também consigo me lembrar, e posso ditar número por número, palavra por palavra, se você quiser.

Eu sinto falta das conversas, sempre cheias de novidades e esperanças; dos telefonemas tão longos de fazer a orelha doer; das tantas afinidades; daqueles olhos me olhando; e de me sentir como uma adolescente.

E de tudo que achei que poderia ser, e não foi.
E não é.
Será?

terça-feira, 16 de abril de 2013

Um dia

Vim aqui hoje para falar sobre um livro que terminei de ler domingo e já entrou para a minha lista de favoritos: Um dia. Sério, fiquei muito apaixonada! E já estou louca para ver o filme, com Anne Hathaway e Jim Sturgess. *-*

Um dia é um romance de David Nicholls, que conta a história de Emma e Dexter, que se conhecem no dia da sua formatura da faculdade e se tornam grandes amigos. A partir daí, o livro vai narrando como estão suas vidas nos 20 anos seguintes, sempre no dia 15 de julho, aniversário do dia em que se conheceram. E é lindo ver como tantas coisas podem acontecer em um ano, às vezes afastando, às vezes aproximando ainda mais os dois. Assim como acontece nas nossas vidas!

É triste, mas também engraçado, narrado com uma simplicidade e uma verdade apaixonantes, muito profundo e real. Chorei várias vezes enquanto lia, em parte porque sou mesmo uma manteiga derretida, mas também por ser uma história muito bonita e tocante, daquelas que você se identifica e se apaixona pelos personagens!

Em e Dex, Dex e Em. Acho que todo mundo que ler, vai se identificar também, seja com os dilemas e o amor inabalável de Emma, ou com a imaturidade, irresponsabilidade e sinceridade de Dexter.

O que mais me encantou nesse romance é que, mais do que falar de amor, ele fala do tempo. De como o passar do tempo muda nossas vidas e a nós mesmos. De como é difícil descobrir o que realmente queremos, e de como às vezes nos afastamos daquilo que idealizamos aos 20 anos. É uma história sobre a vida, sobre crescimento, amadurecimento e, sobretudo, sobre amizade e amor. Linda demais!

Leiam e apaixonem-se, assim como eu! :) 


  
"Você pode passar a vida inteira sem perceber que aquilo que procura está bem na sua frente."




Trailer oficial do filme. Não consigo assistir e não chorar! 

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Desmemória

Sua voz
Seu jeito
Seus olhos
E seus olhares
Seu sorriso
E sua risada

Suas histórias
Suas mensagens
Suas pintas
E seus detalhes
Seu telefone
Seu nome

Minhas lembranças
E esperanças
Minha dor
Meu amor

Tudo que eu queria viver
É tudo que eu quero apagar
É tudo que eu preciso esquecer

terça-feira, 2 de abril de 2013

Tratado sobre o silêncio

Dia desses fui ao médico com minha mãe e, quando entramos na sala de espera do consultório, tinha um homem e uma mulher no mesmo sofá, conversando, então imaginei que estivessem juntos. Mas depois percebi que não, eles nem se conheciam e ela estava ali, falando descontroladamente no ouvido do pobre homem. A mulher falava tanto, mas tanto, e alto, que começou a me incomodar! Em, sei lá, dez minutos que ficamos no mesmo ambiente, eu descobri que o filho dela estava no Canadá, que ela tinha um sério problema de circulação, que tinha esquecido os remédios em casa e blá blá blá... Que chata! E quando ela entrou no consultório eu imaginei que a consulta dela fosse demorar muito... Acertei em cheio!

Li uma vez num texto do Antonio Prata que nós, brasileiros, somos ruins de silêncio. E concordo! A gente tem mania de falar, qualquer coisa, qualquer hora, com qualquer pessoa. A pessoa chega em casa e liga a televisão, só pra não ficar em silêncio. Ou então puxa assunto em fila de banco, ponto de ônibus, simplesmente porque acha que estar ao lado de outra pessoa e ficar calado é incômodo, constrangedor. Constrangedor é abrir sua vida para quem você nem conhece!

Eu também já fui assim, tagarela de tudo! Gostava de falar, e falava qualquer coisa, para ser engraçada, para que prestassem atenção em mim, ou simplesmente para quebrar o silêncio. Principalmente na minha adolescência. Adolescente gosta de aparecer, né?! Hoje, sou muito mais de ouvir do que de falar. Aprendi a gostar – e muito – do silêncio.

Adoro chegar em casa depois de um dia de trabalho e ficar quieta – é uma pena que minha vó não entenda isso. Amo deitar na minha cama e ficar sozinha com meus pensamentos! E quer intimidade maior do que o silêncio? Como quando você está com uma pessoa e não tem essa necessidade de falar o tempo todo, porque o silêncio não incomoda. Pelo contrário, é confortável, como uma prova de cumplicidade!

Acho que a maioria das pessoas não gosta porque associa silêncio à tristeza, à solidão. Mas, para mim, é justamente o contrário! Estar em silêncio é estar em paz. Comigo. Com os outros. Com meus pensamentos. Claro que ainda adoro uma boa conversa, mas não com qualquer pessoa, não em qualquer lugar, nem o tempo todo. Se você não tem nada de interessante para falar, fique quieto! Como no provérbio chinês que diz: “A palavra é prata, o silêncio é ouro”.

Fica a dica! ;)