sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Ficando velha

Faço aniversário em duas semanas e preciso confessar que, ultimamente, me encontro em plena crise dos 30, só que aos 27. Ok, quase 28. Ainda faltam dois anos, mas quanto mais o tempo passa, mais desesperada eu fico. Gosto tanto dos meus 20 e poucos (muitos) anos! Cada dia mais me sinto em um episódio de Friends, com direito a musiquinha e tudo:

“So no one told you life was gonna be this way
Your job's a joke, you're broke, your love life's D.O.A.
It's like you're always stuck in second gear
When it hasn't been your day, your week, your month,
Or even your year...”

É, o negócio tá feio. É como se eu estivesse em uma TPM constante! Dizem que depois dos 30 a bunda cai, o peito murcha, fica mais difícil arrumar emprego, o metabolismo desacelera, emagrecer é (ainda mais) difícil e arrumar namorado, então, quase uma odisséia. Como não ficar apavorada? E a parte de ser mais madura, mais segura, mais não-sei-o-quê? Será que eu chego lá? Rs!

Aos 15, eu pensava que, quando tivesse 30, já estaria casada, com filhos, bem-sucedida, com a vida encaminhada. Mas agora, tão pertinho de chegar lá, a realidade é bem diferente: não ganho nenhuma fortuna, vivo endividada, não saí de casa, muito menos me casei, e - graças ao bom Deus - também não tive filhos ainda. Quero muito ser mãe, mas definitivamente não estou preparada! Estou sempre em guerra com a balança, não consigo mais me interessar por ninguém e o único cara por quem realmente me encantei esse ano é comprometido (ô dedo podre!). Pelo menos me formei! E preciso pensar seriamente em começar uma pós-graduação.

Bem, pelo que dá pra ver, as coisas não saíram como o planejado. Mas também vivi tantas outras coisas que não tinha imaginado! E isso é muito bom, ser surpreendida pela vida! Acho que chegar aos 30 é um divisor de águas para toda mulher, mas, fora os momentos de crise, eu sei que isso não muda muita coisa. Os planos e sonhos que não realizei até agora, não estão perdidos, tenho muito tempo ainda para correr atrás deles – e com 2 anos de bônus! :) É vida que segue...

E pra finalizar vou postar uma tirinha de um site que eu AMO! Tenho certeza que muita gente também vai se identificar! ;)


Beijos, Marina.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O que vai no coração

Meninas, desculpem invadir o blog! Mas me deu uma vontade danada de postar o capítulo XXI, o meu preferido, do livro "O Pequeno Príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry.

=)

"E foi então que apareceu a raposa:
- Boa dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira…
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita…
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste…
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer “cativar”?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer “cativar”?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços…”
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo…
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor… eu creio que ela me cativou…
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra…
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.
O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo…
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor… cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto…
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração… É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse…
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:

- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela é agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele…
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa…
- Eu sou responsável pela minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar."

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Pecadora Confessa

Dos sete pecados capitais, aqueles que são considerados os piores desvios de conduta, em primeiro lugar, fico empatada entre a gula e a preguiça. O páreo é duro, minha gente! Gosto de comer e como com os olhos, depois sempre bate um sentimento de culpa! Taí a balança que não me deixa mentir: 4kg a mais só esse ano! Triste. =(

E pra resolver fazer um exercício, que dificuldade! Na verdade, que preguiiiça! Sou preguiçosa demais. E tenho preguiça de tudo: fazer exercício, arrumar o guarda-roupa, andar a pé, então, depois que comecei dirigir, virou missão impossível! A preguiça me consome!

Ira, Luxúria e Soberba também me visitam às vezes, já a Avareza não costuma me tentar. Mas o pecado que mais me incomoda e que às vezes insiste em me corromper, é a Inveja. Detesto sentir inveja! Me sinto mal, mesquinha, pequena, mas tenho que confessar, ainda assim, às vezes ela aparece.

Mas descobri um remédio muito eficiente contra ela. Um dia, li no facebook de uma amiga querida, e resolvi praticar: “Toda vez que começo a sentir inveja, tento transformar esse sentimento em admiração”. Era uma frase maior e mais elaborada, mas resumindo, é isso. E funciona, gente! Desde então, não tenho tido mais problemas com a inveja, e quando ela tenta insistir, eu resisto e sigo o conselho da Talita Mazza. :)

Além desses, cometo inúmeros outros pecados diariamente. Perco a paciência com muita facilidade, acho bem feito quando vejo criança chata levar um sacode, falo mentira de vez em quando, já paquerei caras que têm namorada (quem nunca? Haha) e já roubei bala nas Lojas Americanas - mas só quando criança, juro! Mas esses pecados “menores”, esses pequenos deslizes do dia-a-dia, não me fazem perder o sono, não. Pelo contrário! Me fazem lembrar que sou humana, imperfeita e passível de erros como todo mundo. 

Tento melhorar a cada dia, peço perdão sinceramente em minhas orações e sei que um dia vou ser julgada pelos meus erros, mas procuro não pensar muito nisso. Tenho medo! Rs! E me sinto exatamente como na música da Zélia Duncan:

“A alegria do pecado às vezes toma conta de mim
E é tão bom não ser divina!
...
Perfeição demais me agita os instintos”

Nada como ser imperfeita! :)