segunda-feira, 11 de abril de 2011

Convidado Castro: Celi

NÃO BASTA LER É PRECISO ENTENDER.

Segundo pesquisas, 70% da população são analfabeta funcional (incluindo até universitários), muitos lêem, mas não entendem. Lê-se por prazer, para aprender, para se obter informações, para viver e até mesmo para não cedo envelhecer. Ler é muito mais que decodificar letras e números escritos. Ler é entender sinais, gestos, sentimentos, emoções. É interação entre os homens, a natureza e outras coisas mais que nos rodeiam. Tem gente que lê muito bem, sem nunca ter ido à escola. Lê sinais da natureza, quem nunca estudou meteorologia; lê a tristeza do outro quem nunca estudou psicologia. Às vezes dizemos “tava escrito na cara dele”. Ler é estar aberto ao que o outro nos diz, o que a vida nos diz, o que nosso corpo nos fala. E para que sejamos bons leitores, temos que formar o hábito, aguçar nossos ouvidos, nossos olhos, ler e acima de tudo, ser exemplo de bom leitor. Ler no sentido de decodificação de sinais escritos, aprendi cedo com 6 anos (para minha época onde o mínimo era 7anos). Formei hábito de leitura porque meu pai era exemplo. Lia para nós seus filhos, nos presenteava com livros (época onde TV e cinema era luxo) e afirmava que os livros eram fonte de saber e quem sabe manda, quem sabe tem a palavra, quem lê viaja , escreve bem, é crítico. Ser crítico é outro departamento; é buscar o que está por trás da leitura, da intenção; e isto requer treino, muita leitura; é como comida, não alimenta senão digerida. Com o tempo fui tendo picos de leitura; às vezes leio mais, outras menos e de acordo com meu interesse ou com o momento que estou vivendo. Já tive época de escolher o livro pelo número de páginas (poucas claro!), pelo autor com quem me identificava, outras pelo assunto (adoro autobiografia, histórias reais, histórias de um determinado povo, ler Marta Medeiros, Veríssimo, o blog dos Contos de Castro,...) e outras por pura obrigação. Já li livros enormes rapidamente e outros que levei tempos, intercalando com outros. Alguns leio e releio, como a Bíblia, para me fortalecer.Os que viram filmes, prefiro vê-los, embora nem sempre tenham a riqueza de um bom livro. Mas não posso negar, que quando encontro um bom livro, daqueles que nos fala ao coração, que queremos continuar lendo, mas ao mesmo tempo temos medo que acabe, é uma coisa muito prazerosa. Viajamos sem sair do lugar. Como diz Fernando Pessoa, de quem gosto muito; “ler é sonhar pela mão de outrem”. Termino dizendo que ler rima com escrever (que não é nada fácil, porque levei tempo para escrever o que aqui está), aprender, com viver e acima de tudo com entender, que vai da leitura do manual de instruções até o pensamento da pessoa amada. Será que me fiz entender?

2 comentários:

  1. Nossa Tia, adorei! E adorei sua participação no Blog! Volte sempre para nos ler!! Beijos

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  2. Que texto complexo, de muuuitas ideias e leituras...e lindo!adorei!te amo mãe!

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